Um dia andei de mãos dadas comigo mesmo
Por ruas de pura poesia
Virei madrugadas sonhando de olhos abertos
Lavei a alma em vinho tinto
Despertei em traços coloridos um caminho
Tive medo do mar aberto
Mas jamais senti meus pés em espinhos
Conquistei espaços

E o tempo veio dizer em meus ouvidos
Que o mundo é feito de vidro e poeira
Que as estrelas são brilhos do passado
E ninguém me disse que amar demais me faria sofrer

Um dia segui por avenidas vazias de sentido
Cheias de paixões e vícios
E tinha amigos que até hoje são queridos
Depois veio o peso das mãos
Que embalaram minha esperança se apagando
Julgando meus sentimentos
Detonando minha natureza por dentro
Costurando um manto
Uma proteção sem sentido se no fim
Era apenas delírio
Deixei de levantar sozinho
Agora pago caro por isso

Um dia passei do afago ao amargo em segundos
Em meu rosto as marcas
Dos que precisam iluminar nossas consciências
Mas respondem com violência
Parecia impossível imaginar seu martelo
Sentenciando inverdades
Defendendo covardes disfarçados de cordeiro
Aprendi com o diverso
Virei do avesso meus pensamentos
Procurei algum sentido
Pra seguir ao lado de quem está em cólera contra todos
Ainda não encontrei respostas
Para essa ausência de razão
Preciso regressar, pensar o que deu errado
Sentia tão perfeita a luz que surgia todo o dia
Antes de acordar


E o tempo veio dizer em meus ouvidos
Que o mundo é feito de vidro e poeira
Que as estrelas são brilhos do passado
E ninguém me disse que amar demais me faria sofrer

Mas me mostrou no momento preciso com quem devo andar

Iberê Lopes Unidade na Diversidade iberealsur.versos@blogger.com

Palavras de Metal


Um dia, num futuro próximo ou distante você vai entender o que eu sinto
Não sou bom em palavras, gestos de proteção, nem defendo meu castelo
Apenas passo os dias trocando os espinhos por uma vida virada no verso
Carregado de emoções e por vezes ilusões, jamais me vejo acima
De quem quer que seja, mesmo que a verdade seja essa. Seja dita em acordes
Prefiro os tons de uma nova melodia do que a frieza das lâminas
Sou cego de paixão pela estrada e por cada nova jornada, eterno aprendiz
Me jogo, mergulho, intenso, toco o céu e o inferno pra gritar meus sentimentos
Não pretendo ser compreendido, inflado de razões. Sei que tudo é mutável
Cada medo, desalinho ou devaneio faz parte de mim, faço arte
Que empate saber que muitos desenbainham espadas, só tenho um violão
Sei reconhecer as fragilidades de quem não faz do verbo uma canção
Observo o movimento e as luzes que alimentam o sangue que não tenho nos olhos,
Sou mais as iluminuras da cidade, começando lentamente mais um passo
Dispenso o aço, sou feito de carne, osso, poesia, vez e outra refrão
Portanto, o mundo não me ameaça, desfaz ou destrói com seus dentes rangendo
Não perco meu tempo erguendo o braço para bater, prefiro as palavras que são meu dom de menino
Assim eu permaneço


Iberê Lopes Unidade na Diversidade iberealsur.versos@blogger.com

Limites para continuar


Você me disse que passei dos limites?
Mas o mundo não me apresentou muros
Então desfaça suas teorias raivosas
Vai acabar morrendo envenenado
Envolvido em correntes enferrujadas
Não vivo de migalhas deixadas pelo caminho
Vire o disco e escute outras versões
Veja agora minha revolução interna
Minhas mãos eu uso para escrever
Foda-se suas opiniões prontas e seu ar de vencedor
Meus castelos não são feitos de cartas ou areia
Prefiro a dissonância do que sinto, um grito livre
Sentimentos não são relicários para serem guardados
Pare, pense e se volte contra você mesmo se é capaz
Meus olhos foram feitos para o horizonte
Assim como as suas palavras foram em vão
Sustentar suas verdades com os punhos vai te levar
Para longe de tudo que significa mudança
Se encare no espelho, me diga se sou eu o seu inimigo
Jamais serei eu destruindo a inocência das crianças
(Esse ar de menino)
Isso é o que me faz sentir cada segundo mais forte
Suas ilusões de poder serão descarregadas pouco a pouco
Colocadas num chão volátil onde irá afundar
Onde suas ruínas estiverem serei o primeiro a construir uma nova história,
Encharcada em água cristalina e compaixão
Diferente do estreito, violento e velho pensamento de monarquia que você plantou
Respeito suas intenções de querer me acordar
Mas sinto que quem dorme sonhando com um trono inexistente não sou eu
Volto meus ideais para o alto com os pés firmes em terra
Sei o significado de errar e pedir perdão, mas não
Não dessa vez
Nunca vou devolver, revidar e alimentar qualquer razão para enfrentar minha fraqueza com as mãos sujas de sangue
Deixo essa parte para os que não tem, pois não veem, poesia no momento de dizer o que fazem por aqui
O infinito se alcança com amor, paz e proteção
Me de agora um abraço, persiga seus próprios motivos
Para continuar

Iberê Lopes Unidade na Diversidade iberealsur.versos@blogger.com

O que posso oferecer além do que sinto
Mais um sonho ou quem sabe um caminho
Diamantes lapidados com teu nome
Promessas ditas diante da lua clara
Estrelas misteriosas nascendo na janela

Qualquer loucura ou delírio
que eu faça e te traga de volta
Que me tire dessas ruas noturnas vazias dos teus olhos
Fique aqui como um universo que ainda preciso descobrir

Pare de se machucar e mentir ao vento
Não espere razão para essa mágica
Apenas sentimos bater mais forte e intenso
Ainda temos tempo de voar lado a lado
Estenda tuas mão até o meu coração
Mais uma vez

Deixamos de ser crianças e perdemos a verdade em nosso olhar
Acredite, pois eu não quero ver
As palavras e canções estão num olhar, nas ruas, no sol e na alma
Deixe fluir, diga o que pensa e quem sabe pertença a ti mesma quando terminar de sonhar em versos o que precisa libertar.




Iberê Lopes Unidade na Diversidade iberealsur.versos@blogger.com

Eu - Iberê Lopes

Quem arrisca dizer de onde venho?
Posso começar dizendo de onde vem todos os seres humanos
Do ventre aconchegante de minha mãe, seria óbvio
Melhor dizer como me vejo, como percebo tudo que sou
Poderá parecer aos olhos alheios uma imagem distorcida
Enfim, vou ameaçar os pré-conceitos com meu olhar diante de um espelho

Ando pelas ruas à noite procurando paisagens perfeitas
Busco palavras que representem um sentimento silencioso
Transformo em poesia a rica experiência da vida
Carrego bandeiras, defendo ideais de igualdade
E quem poderá contentar-se com metade nesse mundo
Tão mal frequentado esse planeta, mas nada de desespero
Acredito em Yin/Yang, I Ching, Ogun, Alá
Flores místicas para elevar a mente
E quem sabe ver a fraternidade e o fim da intolerância reinarem por aqui

Quem arrisca dizer de onde venho?
Por onde passei deixei rastros, amigos e desafetos
Mas jamais virei as costas, mudei o espaço
Sempre marquei o caminho com firmes passos
De quem sabe o que quer pra si e para todos...afeto.


Iberê Lopes Unidade na Diversidade iberealsur.versos@blogger.com

Fique por perto - Iberê Lopes

fique leve, respire fundo, absorva o perfume do mar vindo pra ficar
sinta as nossas mãos se envolvendo em laços coloridos e me diga
para jamais deixar esse cais sem dizer o destino que vou tomar
não posso suportar o caminho se não levo seus beijos na memória
clareia, ilumina e me conduza até os corais onde nasce o amor
me faz sonhar, deitar em nuvens e acordar no teu corpo de novo
passando por mim tuas águas que devolvem pureza ao meu peito
por algum tempo pensei que não iriam mais amanhecer
ondas emanando do teu olhar a calma que desejei demais
mais uma e outra
batendo suave
como se estivesse
flutuando sobre o oceano
venha ver o bem que trouxe para os dias preto e branco que vivi
observe as flores encantando a beira do mar, oferendas à yemanjá
ouvir tua voz bem perto é como ouvir 7 ondas em uma concha
reconheço todas as minhas fraquezas, verdades e tristezas
por isso sei que é preciso saber pedir para não se entregar
desata os nós da minha sina, me traz em tua brisa as iluminuras
para amanhecer de vez essa história em azul e dourado solar
vem mais uma e outra
batendo suave
como se estivesse
flutuando sobre o oceano
com os olhos marejados de amor
e nada além nem a mais do que amar

Iberê Lopes Unidade na Diversidade iberealsur.versos@blogger.com