Não espere muito
Não queira tudo
Não pense demais
Não recuse o novo
Não esqueça o passado
Não se prenda agora
Não sufoque o grito
Não estanque o choro
Não lamente a perda
Não se entregue fácil
Não pareça frágil
Não cative alguém
Não mergulhe raso
Não aperte o passo
Não controle a vida
Não se deixe ao vento
Não construa muros
Não perca o rumo
Não diga nunca
Não plante ódio
Não alimente mágoa
Sem amarras ou correntes
Apenas siga

Iberê Lopes

Por onde andam seus passos? - Iberê Lopes




Ficou apenas o seu perfume
Suspenso no ar
E quando saio às ruas sinto
Nos jardins cidade afora
A mesma melodia
Impressa em preto e branco
Pela sua ausência
A delicadeza desses versos
Suplica sua volta
Perde-se entre uma lágrima
E a esperança viva
Esse vazio de espera iluminada
Preenche a alma clara
Sua imagem angelical serena
Abre e estende a palma
Então a verdade aparece nua
O som não se propaga
Nesse espaço onde habitas sem estar
Estrela de silêncio ímpar
O universo espera seu olhar brilhante
Um despertar suave
Fascinante como o amor permanece
Insiste em ficar absorto
Pelas cores que o outono anuncia
Deverias reascender
Passado o frio de sua intensa falta
Reaparecer quando a calma
A paz libertária
Os sonhos azuis fizessem de mim
Uma morada eterna
Trazendo-me a sua beleza flutuante
De bailarina em seda
Para o meu olhar marejado de emoção
Para os meus braços confortavelmente envoltos
Nessa ilusão da sua volta



Iberê Lopes Unidade na Diversidade iberealsur.versos@blogger.com