eu vou

saudade dos olhos que não vi
dos sonhos que guardei
das verdades que nunca disse
e das vontades que deixei com as moedas na fonte
milhares de passos não dados
abraços silenciosos jamais sentidos
e miragens vistas como reais demais pra viver
rios sem vela
vento sem horizonte para saltar
claridade habitando um céu
e milênios depois dessa estrela existir
observo como se fosse hoje
como se fosse verdade
como se fosse um sonho
como se fosse
andar em direção nenhuma
perdido entre paredes pintadas com poemas de amor
cartas de alguém que nem conheci
mais que querer esses traços
quero os livres destinos andando ao meu lado
girando a solidão até encontrar a seda
a lua inquieta do universo ao nosso redor
nesse compasso pulsando em lutar pelo simples direito de dizer
jamais calar como se fosse saudade
como se fosse saltar
como se fosse
ontem, teria sido tudo diferente
se pegasse a tua mão e contasse minhas angustias
em versos abertos diante do mar
esperando as ondas em sons e rimas passarem por ali
levando tudo em canções de dizer ao coração
em delicadeza tocar a consciência
purificar, esvaindo certezas e além
deixar de medrar, nunca mais voltar antes de provar
nada pra ninguém como se fosse um universo
como se fosse o mar
como se fosse
eu vou






Iberê Lopes Unidade na Diversidade iberealsur.versos@blogger.com

Loucos de Cara - Vitor Ramil



Iberê Lopes Unidade na Diversidade iberealsur.versos@blogger.com

metamorfose da estação

se o que dizem sobre as luzes que aparecem após acordarmos de um sonho ruim for verdade...estou esperando o outono anunciar as suas folhas amareladas pelo chão darem lugar nessa miragem que me encontro à multicolorida pausa de desilusões das flores da primavera...quero mais do que me sentir apenas vivo, plenamente perceber que a passagem aberta agora pede um novo olhar diante da saudade do que foi, das verdades não ditas e da metamorfose do que será...

Iberê Lopes Unidade na Diversidade iberealsur.versos@blogger.com