Um dia andei de mãos dadas comigo mesmo
Por ruas de pura poesia
Virei madrugadas sonhando de olhos abertos
Lavei a alma em vinho tinto
Despertei em traços coloridos um caminho
Tive medo do mar aberto
Mas jamais senti meus pés em espinhos
Conquistei espaços

E o tempo veio dizer em meus ouvidos
Que o mundo é feito de vidro e poeira
Que as estrelas são brilhos do passado
E ninguém me disse que amar demais me faria sofrer

Um dia segui por avenidas vazias de sentido
Cheias de paixões e vícios
E tinha amigos que até hoje são queridos
Depois veio o peso das mãos
Que embalaram minha esperança se apagando
Julgando meus sentimentos
Detonando minha natureza por dentro
Costurando um manto
Uma proteção sem sentido se no fim
Era apenas delírio
Deixei de levantar sozinho
Agora pago caro por isso

Um dia passei do afago ao amargo em segundos
Em meu rosto as marcas
Dos que precisam iluminar nossas consciências
Mas respondem com violência
Parecia impossível imaginar seu martelo
Sentenciando inverdades
Defendendo covardes disfarçados de cordeiro
Aprendi com o diverso
Virei do avesso meus pensamentos
Procurei algum sentido
Pra seguir ao lado de quem está em cólera contra todos
Ainda não encontrei respostas
Para essa ausência de razão
Preciso regressar, pensar o que deu errado
Sentia tão perfeita a luz que surgia todo o dia
Antes de acordar


E o tempo veio dizer em meus ouvidos
Que o mundo é feito de vidro e poeira
Que as estrelas são brilhos do passado
E ninguém me disse que amar demais me faria sofrer

Mas me mostrou no momento preciso com quem devo andar

Iberê Lopes Unidade na Diversidade iberealsur.versos@blogger.com

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