Comece tudo novamente sem gritar aos ventos
Dispare tua verdade inútil contra os muros imaginários que ergueste em torno do teu coração
Por onde passei deixei rastros demais e não poderia acreditar que tu voltaria 
Frágil como as certezas que tenho, abre os braços
Entrega tudo que tens, pois nada irá contigo além de luz
Segredos são esconderijos fáceis de encontrar 
Teus olhos miram o horizonte quando não quer entender da nossa estrada
Os medos que cultivamos escravizam a alma que pede dias mais claros 
Não peça que me acomode diante da televisão enquanto teus delírios crescem silenciosamente na sala
Será que teremos que construir pontes para encontrarmos um destino sem ilusão
As alegrias artifíciais desse mundo frio podem se aproximar
Mas encontrarão abrigo se deixarmos de lado os sonhos que tivemos 
Quando as primeiras bandeiras foram colocadas em nosso céu prometemos seguir
Gire a tua dimensão até onde puder e verás que nem tudo está perdido em desejos banais
Ainda é possível crescer aqui sem se sujar de sangue, cifras e lágrimas
Comece tudo novamente mesmo que o sol brilhe entre nuvens ou nem apareça
Aponte todas as tuas forças na direção da lua 
E o reflexo do que queres vai ser concreto
Dispare contra os limites e suba até alcançar o amor        
 
Iberê Lopes Unidade na Diversidade iberealsur.versos@blogger.com

O que dizer?

Vê agora o que pode acontecer quando não se sabe bem a direção das palavras, o sentido certo das amarguras de dizer sem querer o que se quer...o que se pensa sem pensar. Liberto minhas mãos, não vou sufocar meus instintos. Se for preciso ir, eu vou...
Alimentar canções de fazer mansidão onde teimar a lágrima, não faça do nosso encontro um lugar seguro sem igual...desenho os caminhos, persigo meus sonhos por estradas de matizes desiguais. Carrego comigo tudo sem deixar as lembranças desaparecerem como almas perdidas. Quem entrelaça suas luminosidades com meu universo deve entender que sou movimento, nunca ao relento, pois tudo tem suas razões pra existir.
Desperto em madrugadas frias, lamento feridas, jogo flores pelo chão pra passar silenciosamente as dores de te ouvir sussurrar o desamor tendo no peito o contrário pra contar. Então me diz que a porta vai estar aberta quando amanhecer, vamos perdoar e celebrar as loucuras que só podemos fazer por amar.
Preciso dizer que percebo o mundo em cores que talvez tu não consiga ver...podemos começar fazendo um pacto: te empresto minhas emoções infantis de se encantar com a mesma paisagem todos os dias, por olhar sempre outras dimensões. E tu...me alcança tua razão de ver a distancia com a força simétrica de desafiar o impossível.

Iberê Lopes Unidade na Diversidade iberealsur.versos@blogger.com
essa inquietação na alma, depois de tanto tempo procurando a mansidão confortável do silêncio diante da dialética de partir e ficar, estou aqui de volta. perante os mesmos signos que me levaram pelos descaminhos da ilusão, verdades monocromáticas ocultas em mentiras multicoloridas. em qual direção me percebo completo sei bem, pois não existe mais como fugir do enredo melodramático que inventei. desperto o homem encolhido no peito do disfarce de menino ou apresento em moldura dourada os sonhos em fotografias amareladas. descubro agora quais estrelas ainda quero deixar no céu ou se brilhará solitária a única que permanece acesa por ser atemporal. abro os olhos, não calo, ilumino novamente as virtudes que ainda preservo e verei intacta, inabalável e perfeita a pintura inacabada em meus delírios pulsando de saudade do amanhã. permaneço inquieto com a certeza da dúvida, não há como desejar melhor destino do que essa estrada toda ainda por trilhar...

Iberê Lopes Unidade na Diversidade iberealsur.versos@blogger.com