Palavras de Metal


Um dia, num futuro próximo ou distante você vai entender o que eu sinto
Não sou bom em palavras, gestos de proteção, nem defendo meu castelo
Apenas passo os dias trocando os espinhos por uma vida virada no verso
Carregado de emoções e por vezes ilusões, jamais me vejo acima
De quem quer que seja, mesmo que a verdade seja essa. Seja dita em acordes
Prefiro os tons de uma nova melodia do que a frieza das lâminas
Sou cego de paixão pela estrada e por cada nova jornada, eterno aprendiz
Me jogo, mergulho, intenso, toco o céu e o inferno pra gritar meus sentimentos
Não pretendo ser compreendido, inflado de razões. Sei que tudo é mutável
Cada medo, desalinho ou devaneio faz parte de mim, faço arte
Que empate saber que muitos desenbainham espadas, só tenho um violão
Sei reconhecer as fragilidades de quem não faz do verbo uma canção
Observo o movimento e as luzes que alimentam o sangue que não tenho nos olhos,
Sou mais as iluminuras da cidade, começando lentamente mais um passo
Dispenso o aço, sou feito de carne, osso, poesia, vez e outra refrão
Portanto, o mundo não me ameaça, desfaz ou destrói com seus dentes rangendo
Não perco meu tempo erguendo o braço para bater, prefiro as palavras que são meu dom de menino
Assim eu permaneço


Iberê Lopes Unidade na Diversidade iberealsur.versos@blogger.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário