o mundo passa, a estrela abraça e o caminho ensina...

nem que o mundo desse as voltas mais rápidas em torno da nossa alma, fizesse um estrago e sangrasse a palma valeria uma re-volta contra a calma. mesmo em caos permanente por mudanças constantes eu deixaria de ser o que sou. metamorfose do ontem, acolhida do tempo presente e visão não compreendida do futuro. o laço que estendo pelo caminho desfaz-se em retorno ao abrigo dos braços de quem me olha sem dizer quem devo ser, por esses eu sigo. nem que tudo desabe em escombros das escolhas que fizemos eu me arrependo. salvos não existem nessa terra de falsos atores, comédias infelizes e sinos dobrando. apenas andar alivia a dor de um coração que se aperta mesmo diante de muitos amigos, trilhar o espaço em dança harmoniosa pela simples e fabulosa magia de girar. desfazer a inércia dos inquietos diante do inesperado, colorir as vestes de quem chora a morte de um apego vázio, iluminar as ruas de passeio apressado, capacidade pura de refletir o universo. ser capaz de expandir a lágrima à quem precisa de um gesto é mais necessário que abençoar a chuva inundando o raso e imutável sentimento de perda de alguém que amamos. ajustar palavras, olhares e precipícios. que é perciso cair, mas não no infinito de desilusões amargas. se faz urgente cantar na rua, aproveitar a chuva que insiste em convidar para um banho, se encontrar criança quando os rostos fecham e se encantar com tudo pois a vida é bela.

Iberê Lopes Unidade na Diversidade iberealsur.versos@blogger.com

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